Brasil descarta, por ano, mais de 450 mil toneladas de pneus

No Brasil, mais de 450 mil toneladas de pneus são descartadas por ano, o equivalente a 90 milhões de unidades no tamanho comum. Feitos em borracha, derivados de petróleo e diversos produtos químicos, esses materiais levam cerca de 600 anos para se decompor, na natureza.

Encontrar soluções para esses descartes inadequados é tarefa do programa “Brasil Rodando Limpo”, da Abrerpi, Associação Brasileira de Empresas de Reciclagem de Pneus Inservíveis. A ABIDIP, Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus, fechou uma parceria com a Abrerpi.

Nesta quinta-feira (14), quatro carretas com quase cinquenta toneladas de pneus chegaram a Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná. Os materiais viajaram mais de quatro mil quilômetros porque os pneus foram coletados em Manaus, capital do Amazonas. O destino é a reciclagem.

O presidente da ABIDIP, Ricardo Alipio, explica que esses materiais têm valor e podem ser utilizados de outras formas. Segundo Ricardo Alípio, é importante que prefeituras invistam nesse tipo de política. Nesta ação, por exemplo, a logística custou R$ 900 para cada tonelada de pneu levado de Manaus a Curitiba, devido à grande distância. Normalmente, o valor é em média R$ 150.

Segundo o presidente da ABRERPI, Associação Brasileira de Empresas de Reciclagem de Pneus Inservíveis, Joel Custódio no fim das contas, os responsáveis pelos pneus sem utilização são os lojistas, que precisam participar de ações junto às indústrias e à reciclagem. Ele destaca a importância do incentivo do poder público, a exemplo da redução de tributos para quem contribui com o meio ambiente.

O programa “Brasil Rodando Limpo” fornece o sistema de coleta, transporte e destinação final dos chamados pneumáticos. De acordo com Joel Custódio, o programa tem parceria com 14 recicladoras em 21 estados do Brasil. Cada uma utiliza de uma forma e, no caso dessa de Curitiba, o pneu é utilizado para fabricação do pó da borracha, utilizado em asfaltos.

Segundo a ABRERPI, esse longo percurso para encaminhar os pneus para reciclagem é o retrato da realidade brasileira, onde não se investe nesse tipo de reaproveitamento. Como em Manaus não há recicladoras por perto, os pneus velhos acabam sendo descartados de qualquer jeito nas ruas da cidade, principalmente na periferia e em área de Floresta Amazônica.

Agência Brasil

Deixe uma resposta