A importância dos Bombeiros Voluntários para o Brasil: um modelo a ser adotado nas cidades pequenas
Por Jornalista Rodini Netto
Em muitos países, os bombeiros voluntários desempenham um papel fundamental na proteção da população, especialmente em regiões onde a presença de bombeiros profissionais é limitada. Enquanto em nações como Portugal e Espanha, os corpos de bombeiros voluntários são uma realidade consolidada, no Brasil, o modelo predominante é o de bombeiros militares, que embora altamente qualificados, enfrentam desafios para atender áreas remotas e pequenas cidades.
Em Portugal, os bombeiros voluntários são responsáveis por grande parte das operações de emergência, principalmente em áreas rurais. Organizados em corporações autônomas, esses profissionais, que muitas vezes conciliam o trabalho de bombeiro com outras atividades, recebem treinamento rigoroso e operam com equipamentos financiados por doações e apoio do governo. A proximidade com a comunidade e o conhecimento local permitem uma resposta rápida e eficaz em emergências.
Na Espanha, o sistema é similar, com uma combinação de bombeiros profissionais e voluntários. Em regiões mais afastadas, os voluntários são essenciais, garantindo que a população tenha acesso a serviços de emergência, mesmo em localidades mais isoladas. Além disso, a Espanha conta com brigadas especializadas em incêndios florestais, que desempenham um papel vital no combate a esse tipo de desastre.
No Brasil, os bombeiros são majoritariamente organizados como uma força militar, subordinada à polícia militar de cada estado. Esse modelo, embora eficiente em áreas urbanas, apresenta limitações em regiões mais afastadas, onde a presença de bombeiros é escassa ou inexistente. Em muitas cidades pequenas, a ausência de uma unidade de bombeiros próxima coloca a população em situação de vulnerabilidade, especialmente diante de incêndios e outras emergências.
A adoção de um modelo de bombeiros voluntários no Brasil poderia ser uma solução eficaz para aumentar a capilaridade dos serviços de emergência, principalmente em regiões onde o serviço militar não alcança. O envolvimento da comunidade, através de voluntários treinados e equipados, pode preencher lacunas críticas, garantindo uma resposta rápida e eficiente.
Além disso, o custo de manutenção de um corpo de bombeiros voluntário é significativamente menor do que o de uma unidade militar. Com o apoio governamental e o engajamento da sociedade, esse modelo poderia ser não apenas viável, mas também sustentável a longo prazo.
A presença de bombeiros voluntários em pequenas cidades e áreas rurais também fortalece o senso de comunidade e a resiliência local. Esses voluntários, que muitas vezes são membros ativos da sociedade, criam laços de solidariedade e cooperação, essenciais em momentos de crise.
Enquanto o modelo de bombeiros militares no Brasil cumpre um papel importante, especialmente nas grandes cidades, é evidente que um sistema híbrido, que incorpore bombeiros voluntários, poderia transformar a maneira como o país lida com emergências em áreas menos atendidas. Para cidades pequenas, onde a presença de uma unidade militar de bombeiros é inviável, os bombeiros voluntários podem ser a chave para garantir a segurança da população, trazendo não apenas uma resposta rápida, mas também um fortalecimento do tecido social local.
Fonte: A Tribuna Regional Online