Esposa diz que PM foi transferido por não apoiar candidatura de deputado estadual; político nega

Tiago Amaral integra o mesmo partido do governador Ratinho Junior, que, em última instância, comanda a corporação militar


Via Banda B

A possível transferência de Nelson Villa do comando do 5º Batalhão da Polícia Militar (PM) em Londrina, no Norte do Paraná, causou polêmica nesta terça-feira (18). Tudo teria ocorrido após duas mensagens postadas em redes sociais, relacionando a transferência do tenente-coronel a uma falta de apoio dele ao deputado estadual reeleito Tiago Amaral (PSD).

Reprodução

Uma das mensagens foi postada pela esposa de Nelson Villa, Adriana Toffolo, no Facebook. Nela, a esposa afirma que Tiago Amaral “pediu a cabeça” do tenente-coronel. “Quem perde é a população londrinense. Por um capricho político, uma atitude birrenta e vingativa, toda a sociedade londrinense vai pagar o preço. É lastimável, estamos vivendo a era do coronelismo”, afirmou.

Tiago Amaral integra o mesmo partido do governador Ratinho Junior, que, em última instância, comanda a corporação militar. No pleito de 2 de outubro, Amaral foi eleito com 112.731 votos, sendo 14.295 votos na cidade de Londrina.

Em vídeo, Amaral nega as acusações. Segundo ele, o cargo que ocupa não permite influência nas movimentações da corporação.

“Sinceramente, isso é um dos maiores absurdos que já ouvi na minha vida. Qualquer um que me conhece um pouquinho, sabe que eu não tenho esse perfil de trabalho. Eu não sou um cara raivoso, de ataque, não sou nada disso. Eu faço política de construção. Quem manda na Polícia Militar, é o comandante-geral, o secretário de estado da Segurança e o governador. Para que um dia eu tenha qualquer tipo de influência na movimentação de pessoal, só posso ser o secretário ou o governador. Essa força aí eu ainda não tenho. Quer falar, usou o meu nome? Só apresenta a prova, só isso”, declarou o deputado.

Polícia Militar

Quem também nega a interferência é a Polícia Militar (PM). Segundo o comandante-geral Hudson Leôncio Teixeira, a transferência não ocorrerá.

“Houve uma reunião na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) ontem, para tratar de assuntos diversos com o deputado e houve uma montagem de fotos relacionando uma coisa com a outra, o que não tem a ver. Essa movimentação não ocorrerá. Se fosse necessário isso, obviamente seriam consultadas as lideranças locais, a comunidade, e também o secretário de segurança e o governador, fato que não ocorreu. Tenho um apresso muito grande por Londrina e não faria nada que colocasse em prejuízo a segurança pública na região”, disse.

Teixeira ainda confirma que a PM fará uma reunião na quarta-feira (19) com os comandantes da região norte para tratar de assuntos diversos, nada relacionado a movimentação de pessoas.

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