Um pouco da minha experiência sobre migrar para Portugal

“Eu não quero que as pessoas deixem de sonhar ou deixem de ir para outro país para viver o seu sonho. Mas o que eu não quero mesmo, é que as pessoas sejam iludidas e, chegando em outro país, vivam um grande pesadelo.” (RN)


Fui imigrante em Portugal por quase cinco anos, de 2001 a 2006. Passei pelas agruras de ter que conseguir visto para poder trabalhar, como também pela dificuldade de, apenas com o visto de turismo, lutar pra conseguir um emprego que me desse os papéis necessários para conseguir me legalizar.

“Ah! Mas agora é diferente! O governo tá dando visto pra procurar emprego!”, podem me dizer. Mas não, não é diferente.

Planejamento é essencial. Não adianta querer ir para Portugal sem se planejar da melhor forma possível. E digo isso com a seguinte orientação: tem que se planejar de verdade.

Mas o que quero dizer com isso?

Vamos lá…

Antes de mais nada, não se iluda com os youtubers que você encontra por aí. Muitos deles estão passando (ou passaram) por muitas e muitas dificuldades… ou estão mentindo pra você.

A real de Portugal é que muitos brasileiros (mas muitos, mesmo) “queimaram o filme” naquele país. E, por isso, nem todos os empregadores portugueses estão dispostos a dar uma chance para os brasileiros que agora chegam em terras lusitanas.

Outra coisa é que muitos brasileiros (e repito, muitos, mesmo), passaram a perna em outros brasileiros prejudicando-os bastante.

Mas é só prova?

Não… vamos ao que pode ser mais interessante pra você.

Planejamento financeiro

Meu conselho para todos aqueles que pretendam ir para Portugal, é que tenham uma quantidade de dinheiro preparada para todas as eventualidades. Planejem-se para ter dinheiro por pelo menos uns 4 meses (o ideal é 6 meses).

Não gastem dinheiro a toa. Não é porque o custo de vida seja agradável, e comida deliciosa, que você deve sair gastando tudo o que tem em comidas, doces maravilhosos, e roupas que são em muito bom preço. Você deve se controlar, porque enquanto não está trabalhando, o dinheiro só está indo embora, e você vai precisar dele.

Se você consegue conviver com outras pessoas, não saia alugando uma casa sozinho. Sobretudo se vai morar nos grandes centros, como Lisboa, Porto, Braga, entre outros. Procure casas em cidades um pouco mais afastadas, que tenham uma boa cobertura do sistema de transportes públicos.

Outra coisa, não compre um carro de cara. Espere até você estar mais estabilizado. Não é vergonha nenhuma andar de transportes públicos em Portugal e na Europa, pelo contrário.

Encontrar emprego ainda não quer dizer que você vai conseguiu resolver tudo ou que vai ter seu visto. Tudo depende da documentação que seu patrão vai te dar. Sempre tem aqueles que te descontam uma boa parte do pagamento. Dizem que é pra Segurança Social, ou para outras coisas, mas é ilegal. Caso isso aconteça, procure o CNAIM (Centros Nacionais de Apoio à Integração de Migrantes), para que lhes dêem a acolhida necessária, bem como o apoio que precisar para resolver estas pendências.

Lembre-se, sobretudo, que você não está em seu país e vai ter um choque cultural que, em alguns casos, leva até 4 meses para ser absorvido. E isso é importante.

Você deve procurar conhecer as leis portuguesas para se salvaguardar…

Ah!… nunca se esqueça que ninguém pode ser filmado sem dar sua autorização. Principalmente no serviço público. Isso dá um b.o. daqueles.

Bom, se gostaram deste artigo, comentem aí… porque posso escrever mais a respeito.

 

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