Professora é indiciada por tortura contra aluno de 4 anos em sala de aula

Educadora foi afastada e é investigada em sindicância da prefeitura. Defesa tem convicção que ela ‘não praticou essa conduta’.


Por g1 PR e RPC Maringá

Uma professora de um centro municipal de educação infantil de Astorga, norte do estado, foi indiciada pela Polícia Civil por tortura pela suspeita de agredir um aluno da unidade de ensino, que tem 4 anos. As cenas foram obtidas pelo advogado da família da criança após determinação judicial. Veja o vídeo acima.
Segundo a polícia, o caso aconteceu em 9 de maio e foi flagrado pela câmera de segurança da sala de aula. A defesa da educadora rebateu o resultado do inquérito policial. Leia abaixo.

As imagens mostram a professora entrando na sala e carregando o menino, que é colocado no canto. Em seguida, ele é levado para o outro lado. Minutos depois, na fila para o lanche, a criança é contida pela funcionária.

Uma aluna é atingida por eles e acaba caindo. No canto da sala, a educadora imobiliza o aluno mais uma vez. Na sequência, leva ele para outra sala, que não tem sistema de gravação. A criança é colocada atrás da porta e sai junto com a funcionária 40 segundos depois.
Os pais do menino perceberam as marcas no corpo do filho quando ele foi tomar banho.
“Fui dar banho nele, vi os braços todos roxos, marcados. Aí eu perguntei o que havia acontecido e ele disse: a professora apertou meus braços hoje e me machucou”, disse, sem se identificar, o pai em entrevista à RPC.

Os pais tiraram fotos das marcas nos braços, na barriga e nas costas do garoto. Segundo o casal, ele apresentou mudanças no comportamento desde o início das aulas, em fevereiro deste ano.

“A gente ia secar o cabelinho dele, ele não queria que tocasse no cabelo. Ele não queria ir até a cozinha com a luz apagada. Teve um dia que fui deixar ele na escola e ele me disse: Mamãe, pelo amor de Deus, não me deixe aqui”, contou a mãe à RPC.
Prefeitura não cedeu imagens

A mãe afirmou que pediu as imagens da câmera de segurança diretamente para a Prefeitura de Astorga, mas não conseguiu. A liberação só veio depois que a Justiça determinou o acesso às gravações.
“Tivemos que entrar com um pedido judicial para garantir que as imagens fossem resguardadas. Assim que a gente teve acesso, ficamos completamente abismados com o que aconteceu”, explicou o advogado Isaac Mota, que representa a família do estudante.
Como foi a investigação

De acordo com a delegada Amanda Campos, várias funcionárias do centro de educação infantil foram ouvidas nos últimos dias. Ao ser interrogada, a professora indiciada por tortura preferiu ficar em silêncio.
“O crime de tortura existe não somente na modalidade física, mas também na psicológica. É um sofrimento mental causado à vítima, como identificamos nesse menino”, disse.

O advogado de defesa Josuel Pedroso da Luz afirmou que vai aguardar o parecer do Ministério Público para saber se a professora será ou não denunciada.

“Confiamos na Justiça e temos convicção que ela não praticou essa conduta”, comentou. Procurado, o MP informou que está analisando o caso.

Sindicância

De acordo com a diretora de Educação de Astorga, Camila Silva Rosa, a educadora foi afastada do trabalho e é alvo de uma sindicância.
A diretora afirmou que a Secretaria de Educação do município não recomenda que profissionais da rede segurem os alunos, como ocorreu na situação.

Para ver o vídeo, clique aqui.

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