Indústria se engaja em negociações globais para transição sustentável

Participação da Fiep na COP29 é parte de uma estratégia mais ampla de engajamento em temas climáticos. A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) reafirmou seu compromisso com a sustentabilidade ao participar da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), realizada entre 11 e 22 de novembro de 2024 em Baku, Azerbaijão. Representada pela vice-presidente, Célia Catussi, e pelo coordenador de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Marcos Thiesen, a entidade integrou discussões fundamentais sobre a transição para uma economia de baixo carbono, um tema central para a indústria brasileira.
A COP é o principal fórum internacional de negociações climáticas, reunindo países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC). A conferência busca debater medidas de redução de emissões, financiamento climático e soluções tecnológicas para mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Nesta edição, a presença de mais de 70 mil participantes, de 198 países, destacou a importância da colaboração global no enfrentamento da crise climática.
No estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Fiep participou de debates, painéis e apresentações que abordaram temas como financiamento climático, mercado de carbono, economia circular e bioeconomia. Além disso, participou de um encontro estratégico com o vice-presidente Geraldo Alckmin e lideranças industriais, fortalecendo a articulação entre governo e setor privado para o cumprimento de metas de descarbonização.
Um dos destaques foi o Diálogo Empresarial para uma Economia de Baixo Carbono, promovido pela CNI. O evento reuniu lideranças para discutir estratégias de transição energética, fomento à inovação e ampliação do mercado de carbono, com foco em soluções colaborativas entre os setores público e privado.
A Fiep destacou a importância de estruturar estratégias locais para descarbonização industrial, alinhadas às metas do Acordo de Paris e ao compromisso do Brasil de reduzir entre 59% e 67% das emissões líquidas até 2035. Durante a COP29, o Brasil apresentou sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC 3.0), que estabelece um plano de longo prazo para alcançar emissões líquidas zero até 2050, com ações focadas no combate ao desmatamento, restauração de vegetação nativa e transição energética.
No âmbito estadual, a Federação desenvolve o Programa de Descarbonização para a Indústria, iniciativa que promove consultorias, capacitações e linhas de crédito para incentivar práticas industriais mais sustentáveis. Segundo pesquisa da CNI, 89% das indústrias brasileiras já adotam medidas de redução de resíduos sólidos, enquanto 86% otimizam o consumo de energia e 83% implementam ações para uso eficiente de água.
A COP29 consolidou avanços importantes, incluindo a criação de um mercado global de carbono e a definição da Nova Meta Quantificada Coletiva (NCQG) de financiamento climático, que prevê a mobilização de até US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para ações de mitigação e adaptação. Apesar dos progressos, especialistas destacam desafios na implementação desses compromissos, especialmente no apoio a países em desenvolvimento.
Para a Fiep, a participação na COP29 é parte de uma estratégia mais ampla de engajamento em temas climáticos, que inclui também a preparação para a COP30, prevista para ocorrer em 2025 em Belém, no Pará. Essa próxima edição representa uma oportunidade para o Brasil liderar as discussões globais, com destaque para o papel da Amazônia na agenda climática internacional.
O compromisso reflete a necessidade de alinhamento da indústria paranaense às exigências de um mercado cada vez mais pautado por critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). A transição para uma economia de baixo carbono é vista como uma oportunidade para impulsionar a competitividade do setor, com maior eficiência operacional, inovação e atração de investimentos sustentáveis.