Pavimentação em concreto: solução inteligente para estradas rurais, por Rodini Netto

Nos pequenos municípios brasileiros, a situação das estradas rurais e das vias que ligam a sede municipal aos seus distritos é um desafio constante para prefeitos e gestores públicos. A cada período chuvoso, a história se repete: lama, atoleiros e comunidades isoladas. No período de seca, a poeira toma conta e compromete a qualidade de vida da população. Enquanto o asfalto sempre foi a solução mais discutida, é hora de dar atenção a um material muitas vezes subestimado, mas com grande potencial: o concreto.

A pavimentação em concreto pode ser a melhor solução para os pequenos municípios resolverem de forma definitiva os problemas das estradas rurais. Essa não é apenas uma opinião baseada em tendências, mas uma análise que leva em conta custo-benefício, manutenção e sustentabilidade.

Primeiramente, o concreto tem uma durabilidade muito maior do que o asfalto. Estradas asfaltadas em pequenas cidades frequentemente necessitam de recapeamento em poucos anos, enquanto vias pavimentadas em concreto podem durar décadas com pouca manutenção. Para prefeituras com orçamentos apertados, investir em um material mais resistente significa evitar gastos constantes com reparos.

Outro ponto fundamental é a resistência do concreto em condições climáticas adversas. Diferente do asfalto, que se deforma com o calor e se deteriora rápido com água, o concreto é mais robusto e menos suscetível a buracos e rachaduras. Isso reduz significativamente os custos com tapa-buracos, um problema crônico em muitas cidades.

A sustentabilidade também deve ser considerada. O asfalto é derivado do petróleo, um recurso finito e poluente. Já o concreto pode ser produzido localmente com materiais abundantes, reduzindo a pegada ecológica. Além disso, ele reflete mais luz do que o asfalto, o que melhora a visibilidade noturna e pode reduzir o consumo de energia elétrica com iluminação pública.

Muitos gestores públicos alegam que o custo inicial do concreto é maior, mas essa visão precisa ser ampliada. Quando se considera a longevidade e a baixa manutenção, o investimento se paga ao longo dos anos. É o que chamamos de visão de gestão estratégica: planejar não apenas para o mandato atual, mas para as próximas gerações.

O Brasil já tem exemplos bem-sucedidos do uso do concreto na infraestrutura viária, especialmente em regiões onde a movimentação de cargas pesadas é intensa. Pequenos municípios podem seguir esse caminho, aproveitando programas de financiamento ou buscando parcerias público-privadas para viabilizar as obras.

Os desafios das estradas rurais exigem soluções duradouras e eficientes. O concreto pode ser a chave para transformar a mobilidade em pequenos municípios, garantindo o direito de ir e vir com segurança e qualidade. Cabe aos gestores municipais pensarem a longo prazo e adotarem medidas que beneficiem toda a comunidade, sem cair na armadilha das soluções paliativas.

Afinal, um caminho bem pavimentado não é só uma infraestrutura melhorada, mas também um sinal de progresso e respeito pela população.

Rodini Netto é Jornalista, Tecnólogo em Gestão Pública e MBA em Gestão de Cidades e Agronegócios

Foto: Roberto Dziura Jr | AEN/PR