Ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos morre aos 79 anos

Luanda, 8 Jul 2022 (AFP) – O ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos faleceu, nesta sexta-feira (8), aos 79 anos, em um hospital de Barcelona (Espanha), onde estava internado desde 23 de junho após uma parada cardíaca – anunciou o governo de Angola. “O governo angolano informa, com grande pesar e consternação, o falecimento de Santos”, afirma um comunicado divulgado no Facebook.

O Executivo angolano “se curva, com o maior respeito e consideração”, diante desta figura “histórica” que “presidiu com clareza e humanismo o destino da nação angolana durante anos muito difíceis”, acrescenta o comunicado. Seu sucessor à frente deste Estado africano lusófono rico em petróleo, o atual presidente João Lourenço, decretou cinco dias de luto em sua memória, a partir de sábado (9).

No início do mês, a família de Dos Santos havia informado que o ex-chefe de Estado sofreu uma “parada cardíaca” em 23 de junho e estava hospitalizado na UTI desde então. No início da semana, uma de suas filhas, Tchizé dos Santos, apresentou uma denúncia à polícia por uma suposta tentativa de assassinato do pai. “A filha do ex-presidente de Angola José Eduardo dos Santos, que está hospitalizado na clínica Teknon de Barcelona em coma induzido, apresentou (…) uma denúncia para que se investigue a suposta prática do crime de tentativa de homicídio”, informaram os dois escritórios de advocacia de Barcelona que assessoram a filha do ex-presidente.

Tchizé dos Santos citou como responsáveis pelo agravamento do estado de saúde do pai Ana Paula, mulher do ex-presidente, e seu médico particular, segundo fontes próximas. Nesta sexta-feira, pediu que o corpo de seu pai seja submetido a uma necropsia. “O corpo do ex-presidente deve ser conservado e não deve ser entregue antes de passar por uma necropsia, por medo de que seja transferido para Angola”, afirmou nesta sexta em nota enviada à AFP. Nascido em um bairro de periferia, Dos Santos, um dos líderes africanos que se mantiveram no poder por mais tempo, foi acusado de se aproveitar dos recursos do país em benefício próprio. Este ex-revolucionário marxista deixou a Presidência do país, um dos mais pobres da África, em 2017.

AFP

Deixe uma resposta